...e porque as lendas também fazem parte do nosso património aqui deixo a LENDA DO PENEDO DO BÁCORO.
Conta a lenda que há muito, muito tempo, no sítio dos Linheiros de Baixo, em Fornos de Algodres, vivia um homem muito rico. Algumas pessoas diziam que tinha tanto dinheiro que chegava a acender a lareira com ele.
Com o passar do tempo a riqueza desse homem depressa se esgotou, e ele acabou por ficar completamente sozinho, na maior miséria.
Votado ao abandono, sem ter a quem recorrer, o homem fechou-se em casa destruindo tudo o que tinha, incluindo a própria casa, donde foi retirando pedaços de madeira que queimava para se aquecer.
Às vezes viam-no a procurar comida no lixo, carregando consigo toda a porcaria que encontrava e que ia acumulando dentro de casa, ou daquilo que dela restava.
Outras vezes, viam-no a descansar debaixo de um penedo rodeado de lixo, onde um dia o encontraram, já morto, em absoluto abandono.
Este penedo, situado no sítio da Batoqueira, ainda hoje é conhecido como o “penedo do bácoro” por ter a forma de um porco. Tal semelhança pode ser confirmada observando-o atentamente ao passarmos na A25, muito próximo do nó de ligação a Fornos de Algodres.
Ainda que a lenda pouco tenha de interessante, o mesmo não poderá dizer-se do “Penedo do Bácoro”, que em 2003/2004 aquando da construção da A25, conseguiu afirmar-se como “um símbolo de grande importância para todos nós”, tendo acalentado acesos debates na opinião pública e nos órgãos do poder político local que, a todo o custo quiseram (e conseguiram) evitar a sua destruição. De tal forma que a Luso Scut não teve outro remédio a não ser desviar ligeiramente o traçado inicial, mantendo intacto “o animal”.
Para muitos, não passa de um penedo (umas vezes porco, outras vezes ovelha) que parece querer rebolar-se no asfalto da A25…no entanto, o seu “poder simbólico” sobre a população local (em particular, a responsável por “abaixo-assinados”) não deixa de ser curioso!!
Gostava que os entendidos falassem sobre o assunto!
Rosa Costa
Conta a lenda que há muito, muito tempo, no sítio dos Linheiros de Baixo, em Fornos de Algodres, vivia um homem muito rico. Algumas pessoas diziam que tinha tanto dinheiro que chegava a acender a lareira com ele.
Com o passar do tempo a riqueza desse homem depressa se esgotou, e ele acabou por ficar completamente sozinho, na maior miséria.
Votado ao abandono, sem ter a quem recorrer, o homem fechou-se em casa destruindo tudo o que tinha, incluindo a própria casa, donde foi retirando pedaços de madeira que queimava para se aquecer.
Às vezes viam-no a procurar comida no lixo, carregando consigo toda a porcaria que encontrava e que ia acumulando dentro de casa, ou daquilo que dela restava.
Outras vezes, viam-no a descansar debaixo de um penedo rodeado de lixo, onde um dia o encontraram, já morto, em absoluto abandono.
Este penedo, situado no sítio da Batoqueira, ainda hoje é conhecido como o “penedo do bácoro” por ter a forma de um porco. Tal semelhança pode ser confirmada observando-o atentamente ao passarmos na A25, muito próximo do nó de ligação a Fornos de Algodres.
Ainda que a lenda pouco tenha de interessante, o mesmo não poderá dizer-se do “Penedo do Bácoro”, que em 2003/2004 aquando da construção da A25, conseguiu afirmar-se como “um símbolo de grande importância para todos nós”, tendo acalentado acesos debates na opinião pública e nos órgãos do poder político local que, a todo o custo quiseram (e conseguiram) evitar a sua destruição. De tal forma que a Luso Scut não teve outro remédio a não ser desviar ligeiramente o traçado inicial, mantendo intacto “o animal”.
Para muitos, não passa de um penedo (umas vezes porco, outras vezes ovelha) que parece querer rebolar-se no asfalto da A25…no entanto, o seu “poder simbólico” sobre a população local (em particular, a responsável por “abaixo-assinados”) não deixa de ser curioso!!
Gostava que os entendidos falassem sobre o assunto!
Rosa Costa
3 comentários:
Estou enormemente satisfeito pelo facto da "Lusoscut" ter dado ouvidos aos fornenses.
Tambem o devia fazer em relacao aos paineis turisticos, pois o nosso municipio merecia pelo menos um, que identifica-se os dolmens (ou Casas da Orca como diz o povo) do nosso municipio.
Ate ja lembrei isso ao nosso Presidente de Camara, ainda as obras iam a meio, quem sabe um dia os veremos!
E ja que estamos a falar em penedos (ou sera penedros como diz o povo) porque nao publicam uma fotografia daquele que se encontra junto a estrada Fuinhas-Forno Telheiro, que parece a cabeca de um rapaz com uma boina?
Um abraco d'algodrense.
Não sei se serei um dos "entendidos", mas, de facto,os elementos naturais sempre desempenharam um papel activo nas identidades e nas relações que o Homem mantém com a paisagem.Tornam-se "lugares" e um "lugar" é um sítio carregado de sentidos de simbolismos, com histórias (míticas ou não) associadas. É um depósito de memórias e acabam por fazer parte da identidade das pessoas. Ajudam-nos a "marcar" o espaço e a percorrê-lo. Pode ser um penedo, pode ser uma árvore particular, etc. O Homem, desde a Pré-História, sempre recorreu aos elementos naturais como forma de organizar o espaço e de construir a sua memória e o seu imaginário. Nos territórios graníticos, como o de Fornos, os penedos são como "castelos de nuvens", com formas sempre sugestivas para a imaginação humana. Nestas terras, as lendas associadas a penedos devem ser tão antigas como a própria ocupação humana.Neste sentido,lutar pela preservação de um penedo pode ser quase como lutar por uma fotografia de família.
Mas isto nem sempre é compreendido, sobretudo por quem está afastado dessa vivência ou desse conhecimento. Num estudo de impacte ambiental (como o que teve a A25), este tipo de património é facilmente desvalorizado ou ignorado em favor do património construído mais tradicional. A superficalidade com que muitos destes estudos são feitos (e refiro-me só ao descritor património) faz com que situações como a que foi aqui descrita sejam demasiado frequentes. Mas há males que vêm por bem: ao gerarem reacções, estas situações reforçam a carga simbólica destes locais e afirmam uma tradição pouco enraizada neste país - o exercício da cidadania. Estão, pois, de parabéns os "abaixo assinantes".
Brevemente mandarei uma fotografia do penedo que refiro.
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