0012 - Patrimónios da Semana 003 (Cortiçô)

Anta de Cortiçô (ou Casa da Orca se preferirem). Classificada como Imóvel de Interesse Público, parece ter despertado pouco interesse no público que a visita, o qual, com alguma regularidade, vai destruíndo a vedação rústica em madeira, chegando mesmo a arrancar o totem explicativo ali colocado no âmbito do Roteiro Arqueológico do concelho (como documenta a fotografia de baixo).

Intervencionada por Leite de Vasconcelos no princípio do Século XX, visitada na década de sessenta pela arqueóloga alemã Vera Liesner (que fez um levantamento do megalitismo da Beira Alta), viu as suas pinturas (hoje já quase irreconhecíveis) estudadas por E. Shee. Em 1992 sofreu uma intervenção de conservação e retauro promovida pelo Serviço Regional do Centro do então IPPC, tendo sido integralmente escavada. Infelizmente, 15 anos depois ainda não se encontrou tempo para publicar os resultados desse trabalho.

0011 - A erosão do património

As imagens acima referem-se à janela esquerda da capela do Santo Cristo em Sobral Pichorro. Entre as duas fotografias estão cerca de 60 anos, já que a da esquerda foi tirada nos anos 40 e a da direita foi um registo recente.

A primeira diferença é a presença de duas colunas, que foram entretanto retiradas (juntamente com outras duas presentes na janela esquerda) e que hoje estão colocadas no interior da capela, a servir de suporte ao pequeno altar.

Mas o que realmente interessa aqui salientar é a erosão observada na decoração da pedra superior da janela. Trata-se de uma decoração visigótica (século VI/VII), que faz da pedra um dos elementos arquitectónicos mais interessantes do edifício e único em todo o concelho. Contudo, em apenas meia dúzia de décadas a decoração quase desapareceu, o que ficará a dever-se ao carácter cada vez mais ácido e corrosivo da água das chuvas. Se nada se fizer, em breve será totalmente imperceptível. Daí que seria boa ideia propor à tutela do património (a capela é classificada como Monumento Nacional) a substituição da pedra ou a sua protecção no local. Caso contrário, a única evidência (hoje conhecida) da arte visigótica em Fornos de Algodres desaparecerá em breve.

0010 - Patrimónios da Semana 002 (Casal Vasco)

Inscrição romana integrada na parede de uma casa privada da povoação do Ramirão, freguesia de Casal Vasco. Localiza-se, de forma invertida, sobre uma lareira e foi descoberta há anos, aquando da picagem dessa parede, tendo sido deixada à vista. Foi publicada em 1986 por F. Curado, que a considera como podendo datar do século I. A leitura apresentada é a seguinte:

LOBAENVS / MANI (filius) .
ANNO(rum) / VII(septem) .
PATER . F(ilio) . F(aciendum) C(uravit)

Trata-se de uma inscrição votiva de carácter funerário.

0009 - Passeio micológico

No passado dia 17 de Novembro concentraram-se na hospitaleira freguesia de Casal Vasco, do Município de Fornos de Algodres, cerca de cinquenta pessoas para participarem naquela que é já uma iniciativa de referência da Casa de Pessoal da Câmara Municipal de Fornos de Algodres.
Devidamente reconfortados por alguns sabores matinais em jeito de “piqueta”, generosamente oferecidos pela Junta de Freguesia, lá partiu o grupo em busca de exemplares do nosso micota que pudessem justificar, em alguns casos, deslocações de várias centenas de quilómetros.
Surpreendidos pelo maravilhoso enquadramento da Quinta das Moitas, lá se foram recolhendo alguns exemplares, que no final do percurso viriam a integrar uma exposição de algumas dezenas de espécies.
O espaço privilegiado da Residência de Estudantes de Fornos de Algodres, viria a acolher um faustoso almoço micológico, elaborado e servido pela Junta de freguesia de Juncais, onde os cogumelos marcaram presença distinta em todos os pratos.
Cratarellus cornucopioides,Flamulina velutipes, Boletus edulis, Agaricus bisporus, Lactarius deliciosus, Agrocibe aegerita, Lentinus edodes e Cantarellus cibarius foram alguns dos sabores que estiveram em debate gustativo, a merecerem, com unanimidade nota elevada.

No período da tarde e em ambiente mais intimista, foi servida uma palestra sobre as Zonas de Exploração Micológicas no Parque Natural da Serra da Estrela, projecto em que participou a Eng. Sofia Oliveira e foram apresentados alguns dos produtos provenientes de empresas como a Micoplant e a C. C. Cogumelos Cultivados, que se dedicam já a produção, em ambiente controlado, de alguns exemplares que hoje começamos a encontrar nas prateleiras dos nossos supermercados.
Depois de alguns registos gastronómicos em jeito de brincadeira de encerramento, ficou o desejo e o interesse na renovação da iniciativa que, em 2008, irá ter uma vez mais um cunho internacional, com a já confirmada participação de alguns Micólogos da Universidade de Vigo.

(Enviado por Rosa Costa)

0008 - Patrimónios da Semana 001 (Algodres)

Medidas medievais de Algodres.

Na fachada da Igreja Matriz de Algodres, na coluna da esquerda, estão gravadas duas ranhuras, as quais correspondem a padrões de medida de comprimento medievais. Numa época em que a padronização das medidas era muito heterógenea, variando de região para região e, por vezes, dentro da mesma região, esta era uma solução adoptada para "afinar" os instrumentos de medida (neste caso de comprimento). Para isso utilizavam-se os edifícios públicos, como as fachadas das igrejas ou entradas dos castelos (como acontece, por exemplo, em Monsaraz).

0007 - Património da Semana 000

Esta é uma iniciativa que pretende dar a conhecer o variado património arqueológico, histórico, etnográfico e natural de Fornos de Algodres, freguesia a freguesia.

Todos sabemos que Fornos, sendo um dos mais (senão o mais) pequeno concelho da Beira Alta, é um dos que tem mais (senão o que tem mais) freguesias. E também todos sabemos quais são:

(que nos perdoem o destaque da freguesia de Juncais, mas a imagem foi "emprestada" do site da câmara na secção dedicada a esta freguesia - calhou).

Assim, a partir desta semana será publicada aqui uma referência a um elemento patrimonial de uma freguesia do concelho. Todas as semanas haverá um novo elemento patrimonial de uma nova freguesia. A sequência seguirá a ordem alfabética (não queremos melindres) e quando se chegar à 16ª voltaremos ao princípio.

Assim, convidam-se todos os fornenses a recolherem imagens do património das respectivas freguesias e enviarem-nas (juntamente com pequenos textos alusivos) para a associação, de forma a que sejam pubicadas na devida altura (terrasalgodres@sapo.pt). Sugerimos que escolham os elementos patrimoniais menos conhecidos (os mais conhecidos iremos divulgando agora no início, enquanto esperamos pela vossa participação e colaboração).

Assim, amanhã, sairá a primeira entrada relativa à freguesia de Algodres (a primeira da lista alfabética): será relativa à próxima semana (a 6ª feira é eleita como o dia e publicação dos elementos patrimoniais de Fornos de Algodres).

Espera-se o bom acolhimento da iniciativa e uma entusiástica colaboração.

0006 - IV Passeio Micológico

Porque a natureza também é património.

No próximo dia 17 de Novembro será realizado o IV Passeio Micológico em Fornos de Algodres, organizado pela Junta de Freguesia de Juncais e Casa do Pessoal da CMFA. Como refere o programa, esta edição irá decorrer na Freguesia do Casal Vasco, na Quinta das Moitas.

Informações detalhadas aqui: http://www.cm-fornosdealgodres.pt/nt_049.php

0005 - Publicação

Saiu recentemente este livrinho da autoria de António Valera, integrado numa colecção editada aquando da realização do congresso internacional do UISPP (2006) em Lisboa. Esta colecção, feita para os congressistas (cerca de 2000), procurava dar a conhecer o património arqueológico pré e proto histórico nacional aos estrangeiros que nos visitaram durante o congresso. Foram editados vários volumes de vários autores, cada um com uma síntese regional e fichas dos principais sítios arqueológicos para várias regiões do país. Neste caso concreto, trata-se da região do Interior Centro de Portugal, onde alguns sítios de Fornos de Algodres merecem particular destaque. Aqui são apresentados, entre outros sítios da região, a Anta de Cortiçô, o Castro de Santiago e a Fraga da Pena. O livro é bilingue, estando editado em português e inglês.

0004 - Tributo

E porque os heróis merecem tributo (ver post anterior), aqui fica:



A História irá consagrá-los para a posteridade como os "Heróis do 10 de Novembro".
(Falta o "herói" que está por trás da máquina fotográfica, mas que fique descansado, que a história não o esquecerá).

0003 - Patrimónios a Valorizar 1

No passado dia 10 de Novembro teve lugar a realização do primeiro encontro "Patrimónios a Valorizar", o qual se destinava à limpeza do Castro de Santiago em Figueiró da Granja e ao convívio entre associados e outros que se reunissem ao evento.

A adesão, contudo, foi muito escassa: apenas oito pessoas comparaceram. Sendo que quatro se deslocaram desde Lisboa, poderemos dizer que os fornenses não se interessaram pela proposta, que se destina a volorizar o seu património, fazendo com que nos interroguemos sobre as formas de levar as pessoas a aderir a este tipo de eventos que se destinam a promover a colaboração de todos em prol de um bem comum.

Ainda assim, os poucos presentes limparam a muralha principal da sua vegetação maior, restituindo-lhe outra dignidade e visibilidade. Descubra as diferenças:

0002 - Publicação

Com o título "Dinâmicas locais de identidade: estruturação de um espaço de tradição no 3º milénio AC (Fornos de Algodres, Guarda)", está a ser editada a dissertação de doutoramento de António Carlos Valera, a qual tem por base duas décadas de investigação do património arqueológico pré-histórico do concelho de Fornos de Algodres. A publicação estará em distribuição no início de Dezembro.

0001 - Apresentação

Hoje inicia-se a publicação do blog Terras de Algodres, o qual funcionará como um veículo de comunicação da associação com o mesmo nome, a qual foi criada em 2006 com o objectivo de promover o estudo, a defesa e a divulgação do património do concelho de Fornos de Algodres.

Os associados (e outros interessados em colaborar com os objectivos a que nos propomos) poderão colaborar nesta página, quer através de textos enviados para a direcção (terrasalgodres@sapo.pt) que os publicará aqui, quer nas caixas de comentários. Apela-se à participação de todos, de forma a dotar o bogue de uma dinâmica que o torne um local de visita regular de todos os que se interessam por património e por Fornos de Algodres.