22 fevereiro 2008

0038 - Patrimónios da Semana 15 (Vila Ruiva)


Em Vila Ruiva, a necrópole medieval que se desenvolve em torno à Capela do Anjo constitui um importante elemento patrimonial, o qual, contudo, se apresenta mal preservado. De facto, com excepção do núcleo de cinco sepulturas mais perto da capela, as restantes encontram-se distribuídas por terrenos envolventes, chegando à periferia do aglomerado urbano. As sepulturas espalhadas encontram-se hoje praticamente invisíveis pela vegetação e algumas estão enterradas. E se parte estão em zonas de acesso mais difícil para o visitante, outras concentram-se junto a um caminho. A sepultura da imagem (que foi reaproveitada como lagariça) é uma dessas. Actualmente não se consegue ver. Seria interessante que a associação, no âmbito da iniciativa Patrimónios a Valorizar, conseguisse promover uma jornada de limpeza que tornasse visitáveis pelo menos as sepulturas deste segundo núcleo junto a um caminho, onde, inclusivamente, se encontram as únicas sepulturas escavadas na rocha de criança conhecidas no concelho.
A todos os que se queiram voluntariar para essa jornada, desde já sugerimos que contactem a associação, por forma a que estas acções anuais comecem a criar raízes (a tornarem-se elas próprias património).
(próxima freguesia: Vila Soeiro)

2 comentários:

Al Cardoso disse...

Uma das coisas que mais me chocou durante a minha ultima estadia pelas nossas terras, foi quando dando a conhecer os nossos sitios arqueologicos, a familias de fora do municipio, os encontrei em muitas mas condicoes de limpeza!
Sei que a camara se encontra em dificuldades financeiras, e provavelmente em vez de empregar mais gente, tera provavelmente de dispensar funcionarios, pelo que nao sera ela a (Camara) que podera resolver esta questao! Mas se houver voluntariado, algo se pode fazer para melhorar a situacao, pena eu estar longe e nao puder dar a minha ajuda!

Terras de Algodres disse...

Viva Caro Albino.
De facto, é cada vez mais necessário que a "sociedade civil" assuma as suas responsabilidades e deixe de pensar que, tudo o que são questões que têm a ver com o bem ou interesse público, são assuntos exclusivamente da responsabilidade dos poderes públicos. Essa é um velho problema português. Se é certo que não devemos aceitar a demissão do Estado e dos poderes regionais das suas responsabilidades, também não devemos aceitar a demissão da "sociedade civil" relativamente às suas. Como costumo dizer, nos últimos 30 anos consolidou-se em Portugal um Democracia Representativa, mas a Democracia Participativa continua ainda muito debelitada. Nas áreas deprimidas do interior português, como é o caso de Fornos, a situação é mais marcante ainda e facilmente se percebe porquê.
Por outro lado, uma tradição de vida dura e o desejo por outras condições fez com que, em muitas regiões rurais portuguesas, determinadas tarefas relacionáveis com essa vida fossem socialmente desvalorizadas. O reflexo vê-se, e muito, no abandono da agrcultura (que não é só uma questão de mercado e de política europeia). E acaba por ver-se também nestas simples situações. Há pois que procurar chegar às pessoas, há que as envolver, para que descubram ou redescubram o prazer que pode dar uma jornada a cortar giestas em sã camaradagem e o prazer que rusulta, no final, quando se olha para o trabalho feito. E, já agora, ficamos mais ligados a um elemento patrimonial quando nele investimos esforço e suor.