30 abril 2008

0044 - Visita arqueológica



Decorreu no passado fim de semana uma visita a sítios arqueológicos da Beira Alta, à qual aderiram (em parte ou na íntegra) vários associados da Terras de Algodres.

A visita começou na sexta com a ida ao núcleo de gravuras rupestres paleolíticas da Penascosa (Foz Côa) e, posteriormente, a gravuras ainda não abertas a visita pública, cortesia de um dos arqueólogos do parque.



No Sábado de manhã visitou-se o recinto pré-histórico de Castelo Velho e as ruínas romanas, medievais e contextos pré-históricos do Prazo, tudo em Freixo de Numão. À tarde visitaram-se monumentos megalíticos na Serra da Nave (Moimenta da Beira).

Finalmente, no Domingo de manhã, percorreu-se parte do roteiro arqueológico de Fornos de Algodres, com paragem na Anta da Matança, Necrópole das Forcadas, Fraga da Pena e Castro de Santiago, terminando no Centro de Interpretação Arqueológica de Fornos de Algodres.

21 abril 2008

III Jornadas de Etnobotânica

Programa (ainda provisório)

DIA 16 (sexta-feira)
21:30 – Espectáculo de Teatro: "A Lenda do Penedo do Bácoro", pelo
Grupo Etnográfico da Casa do Pessoal da CMFA
10:00 – Conversas à lareira com PADRE FONTES, de Vilar Perdizes
- Prova de Chá, com ELISABETE COSTA
11:00 – Espectáculo de música

DIA 17 (sábado)
09:00h: Concentração dos participantes junto ao CIHAFA (edifício do Tribunal)
09:30h: - Saída de Campo para recolha e observação de plantas.
13:00h: Almoço – piquenique
15:00h: APRESENTAÇÃO DE PAINÉIS (novo auditório do Centro Cultural)
"Paleoetnobotânica, Paleoecologia e Território Antigo da Beira Interior – Resultados e Linhas de Investigação e Desenvolvimento"
(Prof.Doutor José Mateus e Prof.Doutora Paula Queiroz)
Comunicação a definir (Prof. Doutor José Ribeiro)
18h00 – Encerramento dos trabalhos
20:00 Jantar vegetariano
22:30 Espectáculo de musica

INFORMAÇÕES GERAIS:

INSCRIÇÕES:
- Até 9 Maio
- Limitadas a 60 Participantes
- Preço por pessoa:
€ 7,50 (inscrição sem jantar)
€12,50 (jantar)
€10,00 ( jantar/ crianças até 14 anos)
Poderá ser pago em numerário ou em cheque em nome da entidade organizadora:
Terras de Algodres – Associação de Promoção do Património de Fornos de Algodres

CONTACTOS:
S. Acção Social/CMFA:
Telef: 271 700 066/ 271700 060
E-Mail: accao.social@cm-fornosdealgodres.pt

Centro de Interpretação Histórica e Arqueológica:
Telef: 271701421
E-mail: cihafa@cm-fornosdealgodres.pt

01 abril 2008

Fornos de Algodres ... há 85 anos

No dia 1 de Abril de 1923, um Domingo, publicou-se em Fornos de Algodres o primeiro número do jornal “A Opinião”, que se apresentava como “semanário independente”.

Dirigido pelo Dr. José Cabral, advogado, tinha como editor e proprietário Eugénio de Pina Cabral, que era também dono da “Tipografia Mondego”, onde o periódico se imprimia.

Este primeiro número tinha quatro páginas e era ilustrado com uma vista geral de Fornos de Algodres, em fotografia, que vinha publicada na capa (que a seguir reproduzimos):

Na resenha que fez da imprensa publicada em Fornos de Algodres, Mons. Pinheiro Marques informou que “A Opinião” suspendeu a publicação com o nº. 22, em 28 de Outubro do mesmo ano (Terras de Algodres, p. 165).

Como é próprio da imprensa local, a primeira edição d’ “A Opinião” é um manancial precioso de informações sobre a vida em Fornos de Algodres há 85 anos, registando notícias, nomes e eventos da sociedade local, deliberações municipais, tomadas de posição sobre a política nacional e local (que, naturalmente, terão de ser interpretadas à luz do posicionamento dos responsáveis pelo jornal), ... A análise da publicidade, que ocupava parte da terceira e a totalidade da quarta página, também permite tirar interessantes ilações sobre a economia e a sociedade fornense da época. Uma nota sobre a história de Fornos de Algodres, publicada em destaque na primeira página, demonstrava (aliás, de forma assumida), o pouco que se sabia a esse respeito.

Na impossibilidade de aqui reproduzir os inúmeros motivos de interesse desta publicação, deixamos apenas, a título de curiosidade, um exemplo do tom crítico (e frequentemente irónico) com que em geral eram apreciadas as matérias da responsabilidade do município:
“A NOVA VEREAÇÃO está cuidando de arborisar a vila. Não seria preferivel arborisar antes a serra?
Aquelas arvorêsinhas plantadas ali, no largo do Espirito Santo estão mesmo um encanto.
Quem teria sido o engenheiro? Queriamos pedir-lhe que plantasse aqui e alem uma figueira. Para que qualquer judas tivesse á mão onde enforcar-se...”
.

Ou ainda esta discutível avaliação do espírito fornense e da sua possível influência no desenvolvimento local:
“A’s abas dos Herminios, pondo sempre ante os nossos olhos, em extase, o lindo e quieto panorama da Serra, faz de todos nós uns contemplativos, e isso quiçá explique a morosidade do seu desenvolvimento.”.

Sendo evidente a importância deste tipo de publicações como fonte de estudos, de várias disciplinas, sobre as vivências locais, é necessário, como já referia Mons. Pinheiro Marques, promover em permanência a respectiva inventariação, preservação e disponibilização ao público, o que será também uma das preocupações da associação “Terras de Algodres”.

O primeiro número d’ “A Opinião”, hoje aqui recordado (que nos foi gentilmente disponibilizado pelo Dr. Pedro Pinto), irá ficar acessível, em suporte digital (dada a fragilidade do original) no acervo documental do CIHAFA.